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Educação

08/05/2008

Ética e Cidadania - Parte I

O conhecimento cede lugar ao saber, é o que poderíamos perguntar num primeiro

momento. No entanto, vamos partir da hipótese de que o conhecimento é tudo aquilo que o homem é capaz de absorver. Se este conhecimento não for colocado em prática, diríamos de um homem que apenas “conhece”, mas quando ele os viabiliza, se transforma em um sábio. O sábio é aquele que oportuniza conhecimento em novas tecnologias materiais e espirituais, para o seu bem estar e da comunidade, portanto cidadão. Aquele que apenas conhece é como um burro carregando uma carga de livros sobre o lombo. Por isso que o termo “o saber e o viver hoje” engloba três coisas importantes: conhecer, saber e praticar. Conhecer é a teoria (o que?), o saber é quando o conhecimento se torna consciente ( é o por que?) as razões e justificativas enquanto que o praticar/viabilizar (é o como?), o método, o planejamento.

A palavra escola deriva do latim clássico Schola, que por sua vez provém do grego Skhole, significando “lazer”, que nos conduz a repensar este lazer como “prazer”, lugar agradável para se desenvolver o potencial de inteligência, adquirindo conhecimento, para que posteriormente seja transformado em “saber” no meio social. A escola é um alicerce que sustenta toda estrutura do conhecimento adquirido e da sua prática, num processo continuo de retroalimentação, por isso ela é como dizia Victor Hugo: "Aquele que abre uma porta de escola, fecha uma prisão." A função da educação é cumprir a missão de levar o aluno ao mundo do conhecimento, como a própria palavra diz: education, do latim educare (ex=fora + ducare é = a conduzir, levar). Esse conduzir para um universo composto das mais diferentes áreas culturais, tem por finalidade torná-lo um cidadão participativo. Para que isto realmente aconteca é exigido que a escola funcione como um alicerce apoiador para o desenvolvimento da consciência ética. A ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. De uma forma mais simplificada ética que deriva do grego ethos, significa que ela têm teoria e princípios, é permanente, tem regras e valores universais. Mas não podemos deixar de falar também do aspecto moral do latim morale, que é temporal, tem aspectos específicos de condutas, e está ligada a valores culturais. De tal forma que convidarmos o educador a repensar a escola como alicerce da ética e cidadania, requer uma prática um entendimento, do que seja ética e moral, porque as duas caminham de braços dados. Abordarei a seguir alguns tipos de ética, baseado nos trabalhos de um educador brasileiro prof. Henrique José de Souza (1883-1963) e, com uma releitura do texto contido no livro “Cavaleiros do Céu”-Reflexões ética para o 3º milênio (temas transversais- Editora Ceitec). Espero que possa ajudá-los nesta reflexão, sobre o que será e qual profundidade terá o próximo SABER do Sieeesp de 2007, tratando de um assunto de suprema importância para educação de hoje, e também para toda sociedade, já que a escola é o seu berço.


1. ÉTICA AUTORITARIA IRRACIONAL. Está ética se baseia na elaboração de um código de normas, procedimentos e obrigações impostas por um líder ditador que subjuga um povo ou nação e impede o seu autocrescimento. No íntimo este líder vive, ameaçado pela eterna certeza que tudo isso não dura para sempre. É o medo de perder o poder. Neste sistema a educação está submissa e o cidadão dependente, porque manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Seu maior medo é do poder compartilhado, porque este é como um rochedo que ameniza as bruscas ondas do mar. O conhecimento não viabilizado (saber), torna o viver social uma grande frustração. Mas mesmo assim o saber funciona como “cupim”: você não vê, mas ele está ali, trabalhando silenciosamente.

2. ÉTICA AUTORITÁRIA EMOCIONAL - É semelhante a anterior com uma diferença de que o líder, neste caso, faz uso da fraqueza emocional das pessoas e até de um povo, manipulando-as e oferecendo, pão, circo, espetáculos, prêmios, loterias futebol, etc.. Enquanto todo mundo está preocupado com as aparências, ele se mantém no poder criando seus códigos de “Pseudo Valores”. É um tipo de governo e lideranças super protetoras. Isto ocorre porque este povo vive à mercê das emoções como marionetes e é natural que culpem seus dirigentes e diríamos, de forma merecida, pois somente um homem com educação e consciente de seus deveres é um cidadão que produz riqueza social. Do contrário será como dizia Comenius: “O que são os ricos sem sabedoria, senão porcos engordados com farelo? Os pobres sem o conhecimento das coisas o que são, senão burros de carga?".De forma genial Comenius expõe a clara diferença entre conhecer e SABER.


3. ÉTICA AUTORITÁRIA RACIONAL

Os códigos, normas, procedimentos, os princípios, os direitos e deveres são determinados por um grupo de “intelectuais” desta sociedade e, escolhido entre eles mesmos. O excesso de “intelectualismo” torna as leis tão abrangentes e confusas, que se perdem em detalhes. Como os menos esclarecidos não compreendem mesmo, então fica o dito pelo não dito. Há até leis para explicar as leis. A lei fica tão abrangente que você tem uma taxionomia que chega as raias do ridículo. Exemplo: Lei no., parágrafo tal, do item tal, da linha, tal do subitem tal, etc., etc.. O sistema educacional é chamado a participar, mas não há comprometimento, mas de qualquer forma o alicerce da escola já está sendo construído, mas os educadores querem a escola toda e, um cidadão participativo também.

4. ÉTICA HUMANISTA DEMOCRATA - A elaboração das normas, procedimentos e também dos

códigos das leis, já nasce com a participação social, isto é: as leis são redigidas pelos especialistas.

Começa a se criar um colegiado de estudiosos que irão elaborar, implantar e implementar as leis. Essa democracia ainda é vigiada, mesmo porque se trata do estado de consciência de um povo, e se todos não a despertam igualmente, então é preciso dar a liberdade de expressão, mas também proteger o cidadão do possível excesso e abuso desta mesma liberdade. Isto acaba criando uma espécie de policiamento e novas leis vão surgir para avaliar estas situações. O movimento dos direitos da pessoa é muito comentado, porém pouco se conscientiza quanto à Luta Pelo Dever de um cidadão. Começam a nascer os princípios da convivência e cidadania. O direito ao conhecimento conduz o homem ao dever de ser cada vez mais participativo, tornando-o consciente de suas reivindicações. Ele passa a exigir, cada vez mais, uma sociedade inclusiva, onde todos possam ter acesso à escola e, esta por sua vez solidifica cada vez mais este alicerce, fazendo da ética e cidadania sua estrutura e telhado.


"Por pensar com a lógica de que há uma estrutura mental, emocional,... igual a todo gênero humano, no campo da educação, firmou-se a prática de que há uma seqüência de passos (metodologia) que objetivam a transmissão de um rol de conteúdos (currículos) definidos por especialistas da área (cientistas), que não necessariamente estão na relação aluno-professor, que se dá na sala de aula e em cada escola deste país". Prof. Alberto Vieira - Unisul-sc

O pensar apenas com a lógica conforme expressa o prof. Vieira, transforma-nos em seres distantes afetivamente. É preciso que o ser humano procure aproximar cada vez mais os dois hemisférios cerebrais direito e esquerdo: a lógica e a emoção, a mente e o coração. Desta dicotomia deverá nascer uma terceira coisa, que pondere e qualifique as diferenças e diversidades culturais de uma sociedade, conforme define o tipo de ética humanista equilibrante, que veremos na II parte deste artigo.


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