* Carina Márcia Dahmer

Os últimos acontecimentos mostram o quanto o povo brasileiro é capaz de assimilar conhecimentos em áreas tão distantes da realidade da maioria, fato que aparentemente demonstra uma qualidade superior do nosso povo; não fosse se constituírem em reles aparências de aprendizagens não-duráveis.

Entre danças de parlamentares e assessores, os únicos que realmente “dançam” somos nós, ingênuos colaboradores da perpetuação do abuso político e administrativo que assombra esse país. “Bem vindos ao Congo”, foi a homenagem prestada a nós por integrante da delegação de certo país americano, quando da sua curta estada no Rio de Janeiro. De fato, há algumas semelhanças entre o Brasil e a República do Congo, veja-se que em 1980 este país teve governo ditatorial forçado por seu colonizador, a França. O Brasil, 20 anos antes, nem isso, sofreu golpe militar no governo, ordenado por país que sequer foi nosso colonizador...os Estados Unidos. Sim, ainda lutamos pela nossa real independência, tal como aquele miserável país africano, com a pequena vantagem de sermos um país com a taxa de analfabetismo quase zerada.

Estamos em meio a crises desde 2005 – e com várias CPI´s instauradas a partir de então, incapazes de exorcizar esse mal que nos assola, afinal, o tal mal tem pago bem aos donos-do-poder para continuar governando o país, e não pense que é pouco, pois não são poucos os donos-do-poder, deixando o mal sobrecarregado de contas! E o que fazemos para acabar com ele? Talvez devêssemos colocá-lo num avião da TAM, e obrigá-lo a pousar em Congonhas com um reversor travado. Seria um plano perfeito, se não houvesse o aero-lula...
 Aprendemos muito sobre o funcionamento de aviões, inobstante grande parte da população nunca tenha entrado num; aprendemos o que ocorre nas entranhas da política, apesar de não sabermos cobrar dos políticos. O que falta então para deixarmos de ser a República do Congo das Américas? Apreendermos tudo isso, até que estejamos sufocados de mal, e lutarmos contra ele e contra seus desastrosos companheiros.

 * Estudante do Curso de Direito da Furg
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