Voto de (re)esperança

Ano de 2006, segundo turno das eleições presidenciais e, em alguns estados, como é o caso do nosso, a decisão do próximo Governador Estadual; urnas eletrônicas muito modernas e eficientes; democracia garantida numa das primeiras, ainda, eleições democráticas após a triste passagem da ditadura militar pelo Brasil.
A mídia nacional exibe enorme simpatia e comoção nesta data, na qual o representante-mor  do Brasil foi escolhido e teremos mais uma dose de Lulinha-Paz-e-Amor, ou ele beberá outra dose de Presidência do Brasil, pelo qual ele nutre amor paternal e, de certa forma, incestuosa, pois além de sermos seus brasileirinhos, ainda somos, carinhosamente, chamados de companheiros. Tal expressão, todavia, não há de ser condenada, não obstante coubesse melhor em seu contexto histórico-social, em que era empregada como sinônimo de lealdade pelos anti-militaristas.
No que tange à disputa estadual, o gaúcho demonstrou que está cansado de ser tachado de “bairrista”, de “tradicional”, de “pró-irmãos”, enfim, de gaúchos e optou pelo novo, não por pessoa nova mas nova pessoa, nova na política, mas compensada pela “experiência de vida”, nesse aspecto formando um belo par com o barbudo.
O processo democrático certamente ainda não atingiu o seu auge, desvirtuamentos ainda ocorrem, tais como compras de votos, manipulações de preliminares, enfim, combinações com a mídia tendentes a afrontar a nossa democracia. Mas a esperança, novamente, de justiça social permanece, pois, não nos esqueçamos, esta é, a recém, a Quinta eleição democrática brasileira.