“Não me convidaram, para essa festa pobre, que os homens armaram para me convencer a pagar sem ver, toda essa droga, que já vem malhada antes de eu nascer...”. Essa letra poderia ter sido escrita ainda ontem, que estaria se referindo a fato totalmente contemporâneo – digo fatos, muitos fatos.
A palhaçada da ‘dedução fiscal’ é vista como uma instituição brasileira (faz parte integrada de forma pesada da nossa vida), pois a máquina-burocrática-governamental faz girar o imenso capital que se arranca dos brasileiros com renda não muito alta, fazem acontecer o incrível giro de 360° na economia brasileira e na situação social do país, claro, pois a roda giratória sempre pára no mesmo lugar: em bolsos inóspitos de criaturas oriundas da classe mais tranqüila do país, qual seja, a classe política. Tal agrupamento humano causa repúdio aos humanos de bem (sim, existe essa divisão doutrinária – de bem são os que trabalham, de mal são os que não o fazem, por exclusão, restam aí contidos os políticos mal-intencionados), entretanto, arranca aplausos daqueles que os utilizam – políticos-objeto são muito corriqueiros. Podemos citar o exemplo daqueles que nada sabem, nada vêem, mas aí ficaríamos apenas de um lado político de atuação, esquecendo que absurdos são cometidos aos olhos de todos – principalmente em cidades interioranas portuárias, em que as noivas dominam o povo ( elas detêm a última palavra, e a primeira também) – o problema, enfim, não está no lado em que se está, e sim no surto de mau-caratismo e ganância que nos assola.
A malha governamental nos cerca e nos amarra, e mesmo assim, não fugimos como os atletas cubanos, ao contrário, engolimos incólumes a angústia da certeza de sermos completamente desrespeitados, enquanto patrocinamos uma ‘casa pública’ de votação de nossos projetos de lei que ameaça e tranca a pauta por causa de um sujeito despeitado. E nós o que fazemos? Vemos o ‘trem da alegria’ passar...e ouvimos, para nos distrair: “Brasil, qual é o teu negócio, o nome do teu sócio, confia em mim”.
Carina Márcia Dahmer
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