Escapastes um raio tímido de sóis.
De ventos luminares arulhes emergiu teu arrebol,
E captou o frescor da marola,
O verde-azul intenso da noite caída sobre mar.
Captou a último estertor de luz entre os dedos,
Aprisionando-a na obra clara do olhar.
E assim se perdeu meu fitar castanho dentro e além
Quando todas as luzes pendiam uma escuridão
Erguia-se em meio à paz de tua retina
O brilho branco e meigo das castanhas oleosas.
E assim se perdeu meu tocar sereno e além
Quando todos os pêndulos cegaram meu tempo
Invadi tua ternura secular com minha frieza
Mas deixei um cortante frio de lado,
Quando me pus aos pés do braseiro quente
Enrolando quieta tuas mãos nas minhas.