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Procurando o tom

04/06/2006

Cadê o título?

Não tem como esta coluna ter um título com este texto. Estou com vontade de discorrer sobre 1001 tópicos diferentes, portanto, não tem como mesmo. So, let’s go!

 Em primeiro lugar, nem sei como me desculpar por quase um mês de ausência. Nos últimos 30 dias, muita coisa mudou na minha rotina: troquei de universidade (de curso também), comecei a trabalhar, peguei um estágio no fórum e ainda mudei de endereço. É mole? Que saudades da boemia! Pulei da casinha dos desocupados direto para a dos super-ocupados. Ainda não me fechei para balanço, mas, torço para que o saldo seja positivo.

 Gostaria de agradecer a todos que mandaram e-mails ‘exigindo’ que eu voltasse à ativa. Sou grata também pelo reconhecimento dos meus colegas, das minhas amigas, das minhas antigas professoras e dos meus familiares. Os elogios que recebi desde que comecei esta ‘experiência’ são a minha grande motivação para continuar me confessando com o teclado.

 De agora em diante, vou TENTAR atualizar a coluna mensalmente. Tenho planos para começar a publicar quinzenalmente os meus textos, neste espaço, depois das férias de julho. Não prometo nada! De qualquer forma, muito obrigada pela paciência.

 Buenas! Mudando de assunto... Não podemos deixar de comentar sobre o assunto do momento. Infelizmente, não me refiro ao código do da Vinci e as caretas da Monalisa, nem a seleção brasileira e os kits pornográficos que os jogadores estão recebendo na concentração, muito menos a nova lenda urbana de RG (o estuprador do shopping), não vou chegar nem perto dos tucanos e dos petistas, apesar da tentação, não ando muito a fim de discutir as vestes do Evo Moralez, vou falar mesmo sobre a guerra civil – envolvendo presos, organizações criminosas, policiais e cidadãos - que houve na cidade de São Paulo.

 O que foi aquilo? Como que pessoas que deveriam estar reclusas da sociedade conseguem material para coordenar uma ação daquelas? Quem é aquele maldito Marcola? Onde já se viu jornalistas agradecendo aos presos por, pelo menos, terem deixado as pessoas descerem do ônibus antes de incendiá-lo?

 Sinceramente, fiquei chocada. Mesmo assim, estou apta a comentar a reportagem umas das reportagens que mais me abalou:

 Acho que foi em uma Zero daquela mesma semana, eu me lembro que a notícia resumia os fatos recentes acerca do acontecimento e depois relatava o enterro de um membro da polícia que tinha falecido na operação. Quase no final da matéria, o repórter divulgou a declaração da esposa deste policial, a senhora de 57 anos dizia: ‘Ele era tudo o que eu tinha. Era só eu, ele e os meus 2 canarinhos, como é que eu vou ficar agora?’

 Como que esta senhora vai ficar agora? Eu realmente me emocionei muito com as palavras da viúva, fiquei me imaginando velhinha e sozinha. Sabe-se lá o que a vida reservou para esta senhora para ela estar se sentindo daquela maneira ao perder seu companheiro. Sabe-se lá o que a vida irá reservar para mim.  

 A partir daí, comecei a refletir a respeito do sofrimento alheio e do quanto as pessoas são ‘umbiguistas’.

 Às vezes parece que todos estão muito ocupados com suas próprias futilidades. Nas salas de aulas, eu vejo os alunos torcendo para a aula acabar mais cedo. Nos locais de trabalho, são os funcionários ‘matando’ as obrigações para poderem ir antes do fim do expediente para a casa. Claro, sempre há exceções, mas, parece que a maioria quer assistir novela, ficar no ócio ou fazer fofoca. Onde foi parar a sensibilidade? O que a velhinha, que perdeu o esposo, e seus 2 canarinhos estão fazendo agora? Ninguém se pergunta essas coisas.

 A sociedade está virada do avesso: não temos mais valores, os relacionamentos são descartáveis, bandidos controlam o sistema, nem uma pessoa se importa com o sofrimento dos de mais, ninguém está a fim de fazer a sua parte.

 Eu quero ter esperança, bom humor e boa vontade, no entanto, em certas ocasiões fica difícil. Esta semana, apesar de todos os meus afazeres, me dei ao luxo de assistir três filmes. Fui quase obrigada a assistir o faladíssimo Código da Vinci (bonzinho, faltaram alguns detalhes), Jogos Mortais 2 (pura diversão) e Crash (foi para a listinha top10). Esse último mexeu comigo, não é à toa que ganhou o Oscar.

 Crash é uma obra de arte, relata todo esse meu discurso de hoje. Os personagens são pessoas normais que de vez em quando acertam, mas também fazem suas ‘cagadinhas’.

 O mais interessante do filme é a simultaneidade dos acontecimentos. O diretor Paul Haggis conseguiu bolar várias histórias e interligá-las de uma maneira fantástica, sempre mostrando o quanto os nossos gestos podem influenciar a vida de outras pessoas. Enfim, vale a pena, não é pura sorte que Haggis sai da comemoração do Oscar com a estatueta mais importante da festa durante dois anos consecutivos.

 Para finalizar, gostaria de novamente agradecer a todos que me acompanham e ainda me redimir um pouco com aqueles que estão sentindo a minha ausência. Realmente, a coisa por aqui anda bem atribulada. Acredito que dentro de algumas semanas tudo estará mais calmo.  

 Desejo uma ótima semana para todos, espero que os conflitos de São Paulo sejam só o começo de uma grande reflexão sobre a qualidade do sistema penitenciário, recomendo que todos assistam Crash, mas, principalmente, aconselho que vigiem suas ações para estas não repercutirem em pessoas que nada tem haver com a encrenca e, também, nunca percam a sensibilidade e a capacidade de indignação com a dificuldade dos outros.

 ‘Is just the sense of touch’ como diria um dos personagens de Crash.


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