Queridos e fraternos amigos, estamos aproximando-nos de 2010 e muitos terão inúmeras considerações a fazer a respeito deste novo ano. Chegará o momento das previsões e também das especulações e ideias utópicas daqueles que quererão salvar o planeta da noite para o dia. Doutro lado, surgirão na mídia aqueles que só preverão catástrofes, calamidades, acidentes e desencarnes de famosos, sem, evidentemente, nomear algum, pois o único Ser que possui a plena sapiência da Vida Moral é Deus, o infinito Arquiteto do Universo. Assim, meu objetivo nas entrelinhas que se seguirão, é justamente o inverso. Não pretendo aqui prever algo, pois a Doutrina Espírita que reveste meu espírito não se preocupa com o que pode ou não acontecer no futuro, mas sim com o que os nossos irmãos, filhos do Pai Amoroso, estão fazendo do seu PRESENTE.

Como o próprio nome identifica, o momento atual é de decisiva importância para nosso desenvolvimento intelecto-moral. Através dele teremos a oportunidade de revermos nossos conceitos, desvencilhando-nos das inquietudes e melindres que nos sobrepujaram a alma. O medo não é em si o maior problema. Qual de nós se diria forte o suficiente para jamais ter sentido insegurança nalgum momento da jornada terrestre? A dificuldade faz parte do aprendizado, a queda serve para nos fomentar o ânimo de levantar e andar. O medo que domina e amordaça a boca que se cala diante dos aviltamentos daqueles que equivocadamente se consideram superiores a nós, este sim, deve ser combatido. A maior dor – aprendi nesta passagem – é a moral. Não recordamos, às vezes, das lágrimas que caem de nossos olhos em decorrência das dores físicas, mas lembramos taciturnamente das vezes que balbuciamos palavras e derretemo-nos num choro discreto, seja quando discutimos com alguém, seja quando somos tocados pela fome ou pela angústia da solidão. A dor da consciência que pesa ao travesseiro e nos impede de dormir também é uma forte nuance da dor moral: o arrependimento.

Aos companheiros de jornada que traçarão seus projetos para 2010, peço que não se esqueçam de exercitar a caridade, pois a prática do bem, do auxílio mútuo, vivifica em nós os ensinamentos luminosos do Mestre Jesus. Estendamos as mãos em direção aos necessitados, pois um dia poderemos estar no lugar de quem hoje transita pelas ruas sentindo fome, seja de alimento, seja de justiça. Ninguém é tão rico que não precise da mão calejada do irmão para levantá-lo do chão diante da queda na calçada. Outrossim, não conheço alguém que seja tão pobre que não tenha, pelo menos, um sorriso despretensioso para distribuir pelo caminho. Àqueles que não compreenderam ainda o verdadeiro sentido da caridade, leio a resposta dada pelos Espíritos à Allan Kardec na questão 886 de O Livro dos Espírito: "O verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entende Jesus, é benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas."

Enfim, irmãos amados, nosso Planeta a cada novo ano se aproxima mais da classificação de Mundo de Regeneração. Quando atingirmos este estágio, o Bem irá prevalecer e poderemos viver aqui um ambiente de harmonia. Mas não pensemos apenas na violência. Tenhamos também a consciência de preservar os recursos naturais que se esgotam indefinidamente. Lembro da fábula do beija-flor que, ao ser ridicularizado por carregar gotas de água em seu bico para apagar um incêndio, defendeu-se: “faço minha parte, se todos fizessem a sua, salvaríamos a floresta.”. Desta forma, não critiquemos apenas as indústrias que lançam resíduos químicos no oceano, nem os que desmatam nossa flora, tampouco os que poluem o ar atmosférico, destruindo, via dióxido de carbono, nossa protetora camada de ozônio. Pensemos em nossas atitudes, quando jogamos lixo no chão ou quando não reciclamos os recursos renováveis. Façamos a nossa parte, mesmo que pareça pouco. Pelo menos, quando formos alvo de críticas, teremos moral para exclamar: “Estamos trabalhando para o bem da Terra, se todos pensassem assim, salvaríamos, a longo prazo, o Planeta, e o tornaríamos uma MORADA FELIZ”. Aos Espíritos Protetores agradeço a companhia durante este ano, pedindo um 2010 de muita serenidade e Amor aos nossos companheiros de jornada. Que a Paz do Cristo Jesus nos envolva a todos.