Queridos e fraternos amigos, vimos através deste artigo trazer algumas considerações a respeito da Doutrina Espírita, reveladora do Mundo Invisível, que, por não ser tangível, já fora, em épocas mais antigas, de difícil entendimento e aceitação. Não temos a pretensão de trazer idéias novas, pois nosso estudo tem como célula-mãe as cinco obras básicas codificadas por Allan Kardec e ditadas pelos Espíritos Superiores. Queremos apenas relembrar alguns pontos que possam ter sido esquecidos, trazendo algumas palavras envolvidas de carinho e esperança aos nossos companheiros de jornada; quem sabe ainda, reforçar a idéia de Paz e Amor deixada pelo Mestre Jesus. Que Ele nos ampare nesta pequena dissertação e seja o nosso bastião de Luz frente às vicissitudes da vida.

Em nossa jornada terrestre, percorremos um caminho semelhante ao de uma longínqua montanha russa, na qual alternamos entre a tristeza e a alegria, vivenciando situações aflitivas de um lado e reconfortantes de outro. Isso se segue por milênios, nas viagens que fazemos do Plano Espiritual aos planetas que habitamos temporariamente, sempre buscando a evolução de nossa consciência. Digamos que do átomo ao arcanjo, ou seja, das primeiras existências à angelitude da alma, vamos tendo altos e baixos em nosso convívio social, familiar e íntimo. Léon Denis, contemporâneo de Kardec, afirmava que "a alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem”. Nesse imenso percurso, a busca por melhorar-se é incessante, mesmo que nalguns casos isso não seja perceptível diante dos erros e equívocos alheios. Errar faz parte da vida, porém, necessário se faz reconhecer o erro, amadurecer as atitudes e elevar-se no Amor Cristão, pois estas são as saídas inexoráveis para quem quer desvencilhar-se do equívoco cometido.

Vemos no germe de nossa sociedade, a flor do Amor brotar, florescer firme e altiva no resplandecer da madrugada celestial, reconduzindo sofridos corações no caminho da caridade, da salvação da alma endividada. Ninguém se julgue inocente perante os ditames da vida: somos espíritos eternos, com uma lista imensa de créditos e débitos para com nossa consciência. Diante de um passado nebuloso, ela torna-se a geratriz dos casos estudados pela Doutrina Espírita e denominados de obsessão, na qual o companheiro de jornada, diante de um passado equivocado e sombrio atrai para junto de si seus algozes e cobradores de vidas passadas que ainda não despertaram pelo Amor, sequer pela extenuada dor. Assim, treinar diariamente o exercício do perdão é uma das alternativas para ajudarmos nossos irmãos da retaguarda que necessitam de nossa prece como forma de “pagamento”, se assim me permitem dizer, das dívidas acumuladas nos tempos de outrora.

Queridos amigos, esforcem-se pela renovação de seus sentimentos, introduzindo em vosso espírito nobres pensamentos, aliando dedicação com Fé, caridade e disciplina. Lembrem-se do diálogo esclarecedor na qual o missionário Chico Xavier indaga ao seu mentor espiritual Emannuel – à sombra de uma árvore – se estaria em condições de aceitar o compromisso com o Espiritismo, quando este lhe respondeu que existiam três pontos básicos que deveria respeitar: disciplina, disciplina e disciplina. Desta forma, busquemos a Luz que vivifica nossa alma. Dignifiquemos nossas atitudes e vivenciemos os exemplos de Jesus, através da obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, que não traz alguma novidade, mas sim Seus ensinamentos de maneira mais clara, aos olhos amadurecidos do presente. Mensagens que foram distorcidas, hoje aparecem indissolúveis e amorosas, como Jesus havia ensinado a sua época. Enfim, não importemo-nos com as pedras no caminho. Juntemo-nas e construamos nossa fortaleza interior, esculpindo nosso Espírito, tornando-o mais puro, para um dia, conquistar a tão sonhada angelitude. Que a Paz norteie nosso caminho e que a estrada seja mais florida nesta e nas reencarnações que vierem a seguir.