Vocês já repararam como existem colunas na Internet? É coluna de tudo... Culinária, economia, cinema, desenho animado, informática e de Rio Grande (para os que ainda não perceberam). É coluna para todos os gostos, autores e leitores. E elas circulam de diferentes formas, geralmente publicadas na Web, também podem ser encontradas atravessando fronteiras através de e-mail, na troca de arquivos nos chats ou invadindo computadores pelo ICQ. Anônimas ou assinadas com o nome verdadeiro ou pseudônimos, propagam opiniões das mais variadas e mostram os fatos de ângulos distintos.
Epidemia? Que nada... É a possibilidade de ser um autor sem depender de um editor, ou ainda, ser o próprio editor. É não deixar mais seus textos guardados no armário, nem ficar preso a uma sistematização ou comercialização para poder propagar o que produziu. Está certo que a gente acha de tudo nessas produções, já li experiência escrita com “s” (experiência? Ai!), ouvi música imitando um vendedor de pamonha (erc!) e vi cenas esdrúxulas que nem deviam ir ao ar (dispensável!). Mas também li textos incríveis, ouvi músicas que procurava a muito tempo e não achava para vender e vi fotos de Rio Grande (não dava para perder essa deixa).
A Internet trouxe com ela um paradoxo bem interessante... Se de um lado os direitos autorais, conseqüentemente a autoria, foram atropelados com a cópia, de outro, temos um espaço ilimitado (ou até onde o servidor permitir) para criar e assinar nossas produções. Ou ainda, para reler criações de outros autores, transformando-as e ressignificando-as. E tudo isso graças à tecnologia? Que nada... A tecnologia deu uma forcinha abrindo um espaço, mas foi o nosso potencial que o preencheu.
Também tem aquelas colunas que circulam por e-mail com nomes de autores famosos, mas que não foram escritas por eles. Gente como Ziraldo e Luis Fernando Veríssimo já foram vítimas dessa prática, seus nomes circularam acompanhados de palavras chulas e textos mal-acabados. O mais incrível é que os textos se propagaram numa velocidade surpreendente e já estavam sendo comentados e debatidos sem que seus “renomados autores” soubessem de sua existência.
E haja fôlego para acompanhar tudo isso! Não só as mudanças como toda a produção que vem com ela. Em pouco tempo fomos inundados por informações, restando-nos estabelecer critérios para ler ou não o que chega a nossos computadores. Autor, temática, quem enviou, onde está publicado, título e tudo mais que introduzir o texto, os referenciais são inúmeros e a escolha nem sempre é a melhor. Mas não se pode esquecer que a gente ainda tem a escolha e, o que é mais válido, pode comentar com o autor (ou autores) o que leu, ouviu e viu.
E qual a relação de tudo isso com Rio Grande? Horas... Vocês repararam quantas colunas sobre a cidade já foram publicadas nesse site? E quantas leituras sobre a Noiva do Mar podem ser encontradas? Cada vez ela está sendo mais contada e vivida por seus autores e leitores. E como um leitor me escreveu a algum tempo: “As vivências de então reaparecem, amalgamam-se com as de hoje e são plasmadas pelo telurísmo.”