Numa visão considerada por muitas pessoas como futurista, ou mesmo impossível, pesquisadores americanos estão estudando o teletransporte. Aquela máquina de filmes de ficção científica que transportava os personagens de um lugar para outro... Cena clássica de Jornada nas Estrelas. O princípio que permite essa façanha é transformar a matéria em energia, transportar essa energia para o local desejado e transformá-la em matéria novamente. Simples??? Para filmes e seriados sim.
Para nós que estamos distantes dessa tecnologia, apesar de todo o clima futurista que o ano 2001 nos remete, resta a criatividade para nos transportarmos de modo tão instantâneo. E se não podemos transportar o corpo, fica a possibilidade do imaginário e de todos os seus segredos.
Se não estou perto do mar para ouvir o barulho das ondas do Cassino, coloco uma concha no ouvido. Se não tenho a concha, coloco um CD (ou coisa parecida) com esse som. Se não tenho o CD, procuro na Internet, que nela encontro com certeza. E, enquanto ouço o barulho do mar, fecho os olhos imaginando a praia, as dunas, as ondas, o nascer do sol e todas as lembranças que acompanham essa cena. Talvez, diante dos olhos, passe uma gaivota a procura de peixe, acompanhada do som do navio que apita ao entrar nos Molhes da Barra.
Ou mesmo quando o que queremos ver não é um lugar, mas uma pessoa em especial. O telefone, a foto, a carta, o objeto e, claro, mais uma vez, a Internet. Recursos que podem aproximar pensamentos, mesmo com a distância física. A câmera acoplada no computador, os longos diálogos pelo teclado através de um bate-papo ou o encontro pelo ICQ, tudo que aproxime, transportando palavras, sons e imagens deste alguém. Se o encontro presencial não é instantâneo, pelo menos a troca de cartões pode ser.
Enquanto não usufruímos o teletransporte para irmos e voltarmos, vendo lugares e pessoas, exploramos os caminhos da Internet e de todas as outras tecnologias que encurtam essa distância. Afinal, nós não temos as orelhas do Dr. Spock (mesmo que algumas se pareçam com as dele) e também não temos uma máquina dessas, mas temos um meio de comunicação que se amplia de forma acelerada e que encurta distâncias.