I Congresso Internacional de Psicanálise e Intersecções – Arquitetura: “Luz e Metáfora: um olhar sobre espaço e significados
Através do GEA-Grupo de Estudos Avançados, tivemos a oportunidade rara de trocar conhecimentos e debater sobre as realidades do dia-a-dia de duas profissões que a primeira vista nada tem em comum, mas quando paramos para refletir, notamos que estão amplamente relacionadas.
A partir do encontro de profissionais da Psicanálise e da Arquitetura, nos foi permitida uma maior análise dos espaços internos e externos.
Temas como: “Significado da Luz em Ambientes Construídos”, “Representação e Interpretação do Espaço: o Intrapsíquico Individual e Coletivo em Construção”, “Os Sentidos do Espaço e o Espaço dos Sentidos”, “Casas que Matam”, “O Envelhecer dos Homens e das Cidades”, “Espaço e Significados”, “Ambiente e Criatividade”, “Lugar, O Espaço Afetivizado”, “Mudança Interna e Reforma Externo”, “Patrimônio Histórico: Identidade Preservada”, entre outros, nos levaram a refletir sobre assuntos que tratamos diariamente em nosso escritório, porém sem nos darmos conta que sempre temos que estar atentos a entender melhor o ser humano, para assim criarmos o seu espaço.
Sabemos que a arquitetura tem que atender a funcionalidade, a solidez e a beleza. Aprofundando-se um pouco mais, dizemos que toda a arquitetura tem que promover um diálogo. Se não dialogamos, os ambientes tornam-se um espaço hostil, um espaço que não nos diz nada, não nos pertence.
A boa arquitetura é aquela que nos eleva, nos atrai espiritualmente. Se ao contrário, ela for ruim, com certeza irá nos repelir, nos aborrecer.
A missão do arquiteto não se reduz à criação e edificação de prédios, mas proporcionar espaços em que a permanência nos mesmos e a convivência entre os usuários sejam algo prazeroso.
Quanto maior a cumplicidade entre o profissional e o cliente, melhor será o resultado final. É necessário respeitar e conhecer tudo o que envolve o usuário, antes que qualquer projeto seja concebido, para que ele atenda todas as suas necessidades e fique com as suas características, e não as do arquiteto.
Muitas vezes somos procurados em ocasiões em que a construção material mascara uma necessidade de mudança interna. Raras são as vezes em que o processo dá certo.
Quanto mais arrumada a “casa interior”, melhor o ser humano poderá usufruir os espaços que criamos.
Psicanálise e arquitetura: sem dúvida, muito mais interligadas do que normalmente imaginamos.
Arquiteta Letícia Carneiro Estima Membro do Núcleo Cidade do Rio Grande do IAB