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Arquitetura

08/11/2002

Educação Patrimonial: Sayão Retrata a Rheingantz

- Porque não demolir esses galpões velhos e construir prédios novos?

Esse tipo de mentalidade deixou o nosso patrimônio construído, que era riquíssimo, no estado atual. Praticamente todos os estilos arquitetônicos adotados no mundo ocidental foram uma, duas, três ou mais vezes utilizados em nossa cidade.

Em função da importância do Rio Grande desde a fundação do primeiro núcleo oficial do Continente de São Pedro do Rio Grande do Sul, temos recebido a melhor arquitetura de cada momento histórico.

Temos aqui exemplares do Barroco, do Neoclássico, do Neogótico, do Neo-renascentista, do Neocolonial Hispânico, do Neocolonial Luso-brasileiro, do Neocolonial Californiano, do Eclético ou Historicista, do Normando, de Enxaimel, do Modernista, de corrente Art Nouveau, de corrente Art Déco, do Moderno Brutalista, do Pós-Moderno e outros.

Além de muitos dos citados estilos arquitetônicos, no bairro Cassino, temos também exemplares de estilos arquitetônicos mais raros em nosso meio, como de influência Belga, de chalé Francês, de Senhorial Rural de influência Francesa, do Vernacular Rural, de base Românica com influência Toscana, do Nórdico, entre outros.

As pessoas cultas têm apreço a estas manifestações da civilização, e os artistas pela sua sensibilidade, entendem com mais facilidade e apreciam as diversas formas de expressão do gênio humano.

Um artista local tomou a iniciativa de através de sua pintura alertar a cidadania para o abandono do conjunto arquitetônico da fábrica Rheingantz, pioneira na América Latina e grande orgulho da nossa cidade do Rio Grande. Fundada em 1873 pelo comendador Carlos Guilherme Rheingantz, não se limitou a construir apenas as instalações fabris. Homens bem informados e acompanhando o que à época já se fazia na Europa, entenderam de também erigir as casas dos engenheiros, dos técnicos, a vila operária, a creche, a escola, o cassino dos mestres, entre outras instalações.

Em mais uma iniciativa pioneira de nossa cidade, tivemos ali um complexo fabril com realce no atendimento das necessidades sociais dos seus próprios empregados.

As magníficas telas de Sayão foram expostas ao público no período de 9 a 30 de setembro, na sala Polytheama do Teatro Municipal. Na inauguração, uma verdadeira multidão se revezou na apreciação das obras de arte, das 18 às 22h.

Graças à grande divulgação pelos meios de comunicação locais e ao prestígio do artista, a exposição foi visitada por mais de 1200 pessoas. Aqueles que não compareceram, terão agora uma nova chance, e sem desculpas, eis que está na zona bancária, bem no centro da cidade. D. Pedro II que fez construir no período de 1875 a 1879, o prédio-monumento da Alfândega como agradecimento ao povo da Província do Rio Grande do Sul pelo seu esforço e sacrifício na Guerra do Paraguai, com seu olhar atento desde o seu busto em mármore de Carrara, vigia a exposição, reaberta no salão principal da agora Delegacia da Receita Federal.

O artista, felizmente, não terá tido razão em denominar a mostra de “Rheingantz: o que restou de uma história”, se a Prefeitura adquirir o Cassino dos Mestres e o Grupo Escolar Comendador Rheingantz, se o primeiro for restaurado com o apoio do deputado Bernardo de Souza, se o conjunto todo for tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Estadual, se o complexo puder ser incluído no Projeto Monumenta que é um Programa do Ministério da Cultura com parceria do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Oscar Décio Carneiro
Arquiteto Presidente do Núcleo Cidade do Rio Grande do IAB

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