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Crônicas

05/05/2005

Bonifácio pede novos neurônios

Ontem o rato Bonifácio soltava fumaça por suas orelhas enormes, presas com um clipe enferrujado, para evitar tropeços.E digitava em seu lap-top com fúria e determinação.

Sua linguagem corporal denotava uma grande indignação.Olhei por cima de seu ombro, até onde rato pode ter um ombro, e mesmo correndo o risco de ser xingado, dei uma rápida olhada no que escrevia.

Havia uma enorme quantidade de pontos de interrogação e nomes grifados, como Severino, José Ribamar, Luiz Ignácio, Marta, Roseane, Renan e outros.

Vi também, de relance, palavras como fisiologismo descarado, reeleição em metade de mandato, corja, larápios, falsidade ideológica e fidelidade ao próprio ao umbigo.

Algo também como aumento de proventos disfarçado.E várias vezes a expressão inglesa “oh My God!!”

A frase mais completa que consegui ver foi “ mudam a lei a para salvar a Prefeita”.Seguida de mais um “my god” grifado.Embora já falando um ótimo português, na hora da indignação é sempre em sua língua materna que expressa melhor o sentimento.

Noutro parágrafo, que ele tentava esconder, gingando o corpo por cima do teclado, deu para ler alguma coisa sobre saúde publica massacrada, usada como massa de manobra e querela eleitoral.Intervenção em hospitais e circenses hospitais de campanha montados em lugar de grande visibilidade, não para atender melhor, mas para melhor mostrar a incompetência de um determinado prefeito de uma cidade dita maravilhosa em priscas eras.

Deu-me a impressão, ao correr os olhos pelo texto que ele teimava em não me mostrar, que o nosso rato, aquele em quem fora implantados dois neurônios humanos em experiência americana há alguns anos atrás, motivo de sua fuga para o Brasil, estava analisando, em seu modo critico e sagaz, a realidade política de seu país de adoção.

Ao mesmo tempo parecia ter chegado à perplexidade total.Era como se os dois neurônios, que tanto lhe serviram até então, estivessem começando a falhar.

Pobre rato.

Como entender que por 20 ou 30 mil um político pode passar de um partido para o outro?

Ou que o presidente da Republica seja ameaçado pelo do Congresso: “ou me dás o ministério ou eu tranco teus projetos”.

Enquanto isso acontece por Brasília e outras adjacências, o narcotráfico comanda os morros e as planícies e a bandidagem está bem melhor armada do que a polícia.

Há pouco interrompeu suas anotações e colocou sua atenção na TV, onde um anúncio do Governo fala de uma obra faraônica, para levar água do rio São Francisco para rios sazonais do Nordeste.Se não há dinheiro para suportar as conseqüências da estiagem no sul,de onde vem a grana para molhar o nordeste?

Foi quando então se virou para mim e disse :

-“estou com saudades do tempo em que meus neurônios só me ajudavam a escolher entre um camembert ou um ementhal”.”Estou perplexo, quero novos neurônios”.


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